Meu nome é Daniele Fernandes Carminati, ingressei na catequese aos meus 16 anos, fui convidada a ser “auxiliar” numa turma para primeira eucaristia. Me recordo que nos encontros, o entusiasmo maior ao ouvir os ensinamentos, era o meu e não dos pequenos que lá estavam. Fui batizada quando pequena, mas minha família não assumiu a responsabilidade de me guiar na fé, e assim eu cresci sem referência religiosa e sem ensinamentos. Aos quatorze anos, incentivada por amigos da escola, ingressei na catequese de adultos e recebi minha primeira eucaristia aos quinze. Esta fase foi muito corrida até meio sem preparação de todos os envolvidos, mas eu concluí a etapa. E quando fui convidada para ser “auxiliar”, minha visão se abriu. A cada ensinamento da catequista, hoje minha madrinha de Crisma, eu me entusiasmava, fazia perguntas, me sentia imbuída a mudar. E a mudança, o conhecimento e o compromisso foi gradual, mas constante. Muitos altos e baixos, dores, alegrias, dúvidas, escolhas, erros e aprendizados. Tudo isso norteia a minha trajetória e vinte dois anos depois hoje sou convicta em afirmar “o caminho se faz caminhando”.
A missão do catequista é um caminhar constante, um itinerário que se faz a partir de Cristo e com Cristo, Ele vai se fazendo o centro da nossa vida, nos convida a sair de nós mesmos, ao arder os nossos corações ao ouvir e contemplar a sua Palavra.
Devido a realidade moderna, onde tudo tem que ser muito rápido, raso e voltado para os prazeres que saciam a nossa vontade. É preciso coragem e audácia para ir ao encontro da Verdade que é Jesus, para ensinar, defender e viver as leis que protegem e guiam o seu corpo que é a igreja.
Hoje na minha realidade, como animadora de catequese e catequista na comunidade Matriz São José, meu maior desafio é fazer com que as famílias compreendam que os encontros de catequese não são para “preparar para os sacramentos”, isso será consequência de uma vida que se faz na vivência litúrgica daqueles que são católicos autênticos. São poucas as famílias que se esforçam para acompanhar seus filhos e os conduzir à igreja. Isso causa muitas dificuldades em apresentar Cristo e a doutrina, pois os maiores exemplos deveriam vir de casa, e às vezes não faz sentido para os catequizandos o que estamos falando, porque é na convivência familiar cotidiana que vai brotar as sementes que vão sendo plantadas na catequese.
Mas mesmo diante dos desafios, que são inúmeros, o chamado de Deus nos faz arder o coração. As sementes que plantamos, algumas em solos áridos, na graça de Deus se desabrocham, crescem e dão frutos e somos agraciados em podemos ver. Ser catequista é integral, não é função, é muito mais do que ter jeito com criança, cobrar as orações ou ainda ensaiar uma canção. Ser catequista é testemunhar, é ter amor e buscar estudar sobre a igreja. É compreender e transmitir que Jesus nos ama e veio para todos e que felizes são aqueles que o buscam. E assim seguimos na alegria dos que confiam e que não desistem, porque fazem o caminho caminhando.
Daniele Fernandes Carminati
Catequista Comunidade Matriz São José
Arquivos da Comunidade São José – Matriz
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